Há alguns dias, numa dessas cadeiras de espera do “Na Hora”, vi uma matéria curta sobre cidadania e consciência de preservação na qual um entrevistado aleatório sugeria que a propaganda em carros de som deveria ser considerada abusiva e que já havia feito várias tentativas, junto a órgãos responsáveis, de denunciar abusos do tipo, volume excessivo, horários inadequados e circulação em finais de semana e nada tinha conseguido. Tomou a decisão de não comprar mais produtos ou serviços que anunciassem suas marcas através de carros de som, mesmo que isso significasse ter que procurar uma farmácia mais longe.
Se considerarmos que, ao contrário das propagandas sonoras em TV e rádio, que dão a opção de mudar de canal ou estação ou mesmo desligar o aparelho, as propagandas em carros de som invadem nosso espaço sonoro por completo, sem nos dar a opção de ouvi-los ou não, sobrepõem-se ao telefone, ao som da TV, a conversas interessantes ou ao merecido descanso dos que realmente trabalham. As propagandas entram em nossos lares sem nossa autorização e tomam conta de nosso universo sonoro e isso não depende do número de decibéis que emitem porque é exatamente nisso que se apóia a mídia sonora. Se ninguém ouvir, não funciona, portanto, não existiria sem a perturbação e incômodo que provocam hoje. Acho que isso justifica a posição do anônimo transeunte que me parece mais sábio do que muitos daqueles responsáveis pela condução da sociedade. Forçar-me a ouvir o que não quero é abuso sim e então resolvi imitar sua atitude e não compro mais de anunciantes incômodos e perturbadores. Se você pensa como ele, e como eu, faça o mesmo e repasse esta idéia.
Marcos Bassul
Marcos Bassul
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