O professor (conto de Marcos Bassul inspirado em um fato real ) A última vez que se meteu no meio de uma multidão não deixou boas lembranças. Foi no estádio do Mineirão, na final do campeonato. Chegou 10 minutos atrasado, o jogo já tinha começbado. Tinha um ingresso para a Geral (era do tempo da Geral, um anel gradeado em torno do campo onde o público assistia jogos em pé, pagando ingresso mais barato). Acima da geral havia arqubancadas e cadeiras, para quem podia pagar um pouco mais (Gonzaguinha imortralizou com muita graça e maestria em "Geraldinos e Arquibaldos"). Depois de muita esfregação e bundalelês conseguiu um lugar para se acomodar e respirou fundo. Uma vez, duas vezes, três vezes, na quarta, ao dar o impulso inicial para puxar o ar, sentiu algo macio cair meio fofo na sua cabeça e se esvaziar, soltando um líquido quente que escorreu pelo seu rosto no momento em que dava início à...
Meu canto Eu canto para aplacar a fome dos intelectos desabrigados para limpar meu corpo da fumaça do carro e do cigarro Eu canto para elevar o nível do sentimento para me impregnar de melodia de notas que voam na companhia do tempo do tempo que passa da noite pra o dia eu canto pra enfrentar a fera indomada, pungente pra me ausentar do tempo presente do sono passado eu canto porque o som é o meu elemento o ar é meu combustível e a minha voz é amiga da palavra que dança Marcos Bassul/2017
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