Uma informação anda circulando esta semana em alguns veículos de notícias: o pólo norte poderá estar completamente derretido no verão de 2012! Algumas consequências podem-se facilmente prever, outras não. Mas a causa é fácil de identificar: o aquecimento global. Se não pararmos urgentemente (nem sei se ainda é tempo) de lançar gás carbônico na atmosfera poderemos não ter mais volta de um caminho para o abismo. O Planeta está reagindo às transformações radicais que lhe vem sendo impingidas ao longo de séculos e nós, pequenos e pobres invasores, somos os primeiros a sentir os efeitos de sua reprimenda.
Como músico me enjoam os músicos que abrem mão – ou exploram - do poder de transformação pessoal que tem esta arte das musas e dos deuses e banalizam seu caráter, destroem sua identidade, misturam-na a fenômenos sonoros insípidos e insignificantes. Se a magnífica canção Água de Guilherme Arantes é música, como o paupérrimo Funk da Motinha pode ser também? Algo está errado!
Como professor, me inquietam a fragmentação do conhecimento e a distância que existe entre o aprender e o utilizar esse conhecimento. Sinto falta de alguns caminhos e preocupações pedagógicas e me enfado com outros, inúteis informações que, provavelmente, ficarão eternamente relegadas a alguma prateleira. Como professor me preocupam as aulas impessoais, nebulosas, sectárias, sem paixão, sem emoção, sem trocas e envolvimentos, sem praticidade e sem anseios.
Como cidadão eu penso que tudo que se faça agora que não for voltado para despertar a consciência da preservação pode não ter mais importância em um futuro bem próximo. Tudo que se faça se não for para promover a conscientização global da ligação do homem com Gaia, com essa esfera viva que o acolhe, pode não fazer mais sentido frente às necessidades que poderão resultar de uma mudança climática catastrófica. Como cidadão hoje eu me preocupo com o que vi apenas em filmes, produtos das capacidades proféticas e premonitórias ocultas dos artistas, e que hoje já vejo em Tsunamis e terremotos em locais que nem temporais havia antes. Como cidadão, acredito que ter cidadania não é apenas adquirir direitos, que a cultura, em seus diversos aspectos ligados à existência social participativa do indivíduo, carrega funções complexas que precisam ser identificadas e assimiladas em função de sua preservação e de seu desenvolvimento.
Esse é um processo que deve se fixar na escola, onde os comportamentos sociais relevantes e positivos devem ser produzidos, estimulados, exemplificados, fixados e trabalhados. A educação deve ser em primeira instância uma educação para a cidadania, uma educação que busque o ser social integral, comunitário, atuante. Para isso é preciso mais do que erudição e conhecimento. O magistério deve ser uma profissão criativa para que seja integrada e voltada à melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento da autoestima do indivíduo e da comunidade. Não importa muito o assunto da aula, mas como aquele momento único de encontro entre tão diferentes almas pode ser conduzido pelo caminho da comunhão, da solidariedade, da criatividade e do reconhecimento da capacidade cada um tem de evoluir individual e coletivamente.
Esse deve ser hoje, mais do que nunca, o papel da escola: o de formar cidadãos de bem com a cultura, com a comunidade, cheios de expectativa, coragem e capacidade para construir seu lugar no mundo.
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